sexta-feira, 29 de abril de 2011

DISSERAM-ME


Gosto de pisar a terra
De manhã , beijada pelo orvalho
Gosto de ver a relva
Verde e molhada a brilhar

Piso a terra , descalça
Rolo no verde gramado
E deitada olho o horizonte
Vendo o sol surgir por entre serras

Será que é por tudo isso?
Ou porque amo demais a natureza:
As flores , os pássaros , o vento...
Ou ainda porque canto
Meus sentimentos em versos
Fazendo disso minha meta
Que todos me  chamam poeta?

Rimas?
Disseram ser “ fora de moda “
Mas disseram também
E eu quase acreditei
Que basta um pouco de cultura
Conhecer um tanto de gramática
Rabiscar letras no papel
Que a inspiração logo acontece

Mas nada disto é verdade
O poeta já nasce feito
Com rimas pobres ou ricas
 Ou mesmo fazendo versos sem elas
Versos brancos,livres e soltos
Ao som cadente e ritimado d’emoção
O verdadeiro poeta, sem quase nenhum esforço
Faz versos com o coração.

Mariinha abril--2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

OLHOS DE POETA




Muitos olhares se cruzaram
Mãos se entrelaçaram
Sorrisos, alegria...
A posse do professor Juarez
Acontecia!

E os olhos dos poetas
Marejados viam
O encontro mais amável
Mais amigo e cordial.
Era domingo , e a grande festa
Acontecia!

Do meu assento, eu via tudo.
Nem um gesto , nem uma palavra
Nem um piscar de olhos...
Nada  passava desapercebido.
O silêncio era tanto
Que parecíamos todos mudos.

Só um falava; os outros escutavam.
Os corações e as almas entrelaçados e
Inflamados de alegria
Vibravam com emoção
Na “ Festa da Academia”

E agora começo a pensar
Como seria melhor o mundo
Se todos pudessem se amar
Olhando-se bem nos olhos
Mas olhos diferentes
Olhos de “ poetas sensíveis”
Tal qual  os que mirei
No inesquecível domingo
Eram diferentes...
Simplesmente
Incríveis.

Catelli,após o dever bem cumprido
Transferiu a presidência
Da “ Academia Amparense de Letras “
A um homem tão nobre e querido
Professor Juarez, meu ex-professor
Grande poeta,grande amigo

Eu ,enquanto  a tudo assistia
Ao lado de dona “Nê”, mais o poeta Amadeu
Tive a certeza de que
Olhos de poetas são diferentes
Parecem ter mais brilho
Um não sei que envolvente e
Serem  olhos iguais aos meus

Catelli, o jornalista
Orador dos mais brilhantes
Deu certinho o “ seu recado “
No biênio em que presidiu
A “ Casa de nossas Letras “.
 Passando o grato comando
A quem isso mereceu
Olhou fixo para o Mestre
Disse-lhe belas palavras
E o fato me comoveu.

Seus olhos , professor Juarez
-Olhos de poeta-
Eram olhos tão queridos
Nos quais pude perceber
O refexo da somatória
Do carinho de todos  amigos
Que choravam de alegria
Naquele domingo
Naquela festa tão linda
Da querida Academia.

Mariinha
(Infelizmente sem data anotada)


sábado, 23 de abril de 2011

RESSURREIÇÃO


Era o primeiro dia da semana.
.........Ela chorava
.........Não sorria
.........Seu nome ?
.........Maria.

- Por que choras “MULHER’ ?
- Roubaram o meu SENHOR!
Se foi você hortelão, diga-me rapidamente
O que é que fez com seu corpo e
Aonde foi que o escondeu.

.........Ela chorava
.........Não sorria
........Seu nome ?
.........MADALENA.
.........Só ELE lhe chamava “ Maria “.

As lágrimas copiosamente
Por seu rosto escorriam
Ofuscando seu olhar .
E infelizmente lhe impediam
De ver o BRILHO dos OLHOS
DAQUELE que lhe dizia:

-- Não chores “MARIA”!!!
Então ela reconheceu a  VOZ
Não mais chorava
Sorria...
Como sorria...
ÉS TU JESUS ?
E MARIA – a Madalena-
Sentiu a mais grandiosa alegria

Extraída do Compêndio- (Com apreciação do Vaticano).
“O lirismo do Evangelista João”- (O evangelista do Amor)
JESUS CRISTO rumo ao Novo Milênio.

Mariinha –Amparo , PÁSCOA- abril 1995

quarta-feira, 20 de abril de 2011

NO GETSÊMANI (CONTEMPLAÇÃO)


Estás de joelho
Cabeça inclinada sobre pedras
Começas a transpirar
Medo. Tens medo
Também és humano
E estás a ponto de chorar

Eu do Teu lado falo.
Mas , não me escutas.
E é até bom
Pois o que falo de nada adianta
Não pode Te dar consolo
Estás meu querido
No mais profundo abandono

Transpiras, mais e mais
Súbito, gotículas de sangue brotam de Teus poros
Cientificamente, é o ápice da angústia
Um fio escarlate escorre pelo solo

Timidamente estendo a mão e
Afago os caracóis de Teus cabelos
Penso:--não é verdade
Estou tendo um pesadelo.

Instintivamente grito: -Perdão Senhor !
Sofres por mim
Oh! Meu Jesus !
Como é possível
Alguém , amar outro alguém assim...

O anjo que do céu desceu
Olha de lado pra mim
Vi  ficar rubra sua asa
A qual  arrastou no chão
Por onde Teu Sangue escorria

Olho pra Ti meu Jesus
E contemplo Tua dor .
Há muito que eu não sentia
Remorso por meus pecados
Causa de tanta aflição , mas
Nesta noite me arrependo e
Imploro por Teu perdão.

Mariinha 20/14/2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

19 de abril- Dia do Índio




Tendo o tacape, o arco e a flecha como armas
Sem medo de quase nada
Com respeito nato a um “ Ser Supremo “
Viviam caciques e fortes antepassados
Nas matas deste Brasil.
Tinham como cobertor
O céu todo bordado de estrelas
Que de noite era um negrume
E de dia um “ lindo anil “
Refletindo os raios do sol
Nas quentes águas dos rios
Onde nadava o jovem
Ostentando  majestoso corpo
Cor de  brasa ..-Varonil.

Jamais , um dos meus passou fome
Caçavam , pescavam e
Quando algum ficava doente
O Pajé abençoava o ungüento
Que das plantas eles tiravam
Demorava só alguns dias
E os irmãos logo saravam.

As  mulheres eram bonitas
Com tinta de árvores os corpos pintavam
Andavam todos nus , é verdade
Mas mesmo sem saber o que era
O “respeito” todos eles cultuavam.

Eram simples, muito simples
Adoravam Deus- Tupã
Jaci era a lua divina
Tinham medo do trovão
Pois embora não sabendo nada sobre pecado
A consciência lhes dizia que:
Deus estava zangado

Brasil- Toda esta vastidão de terra era deles (era nossa )
Até que chegou o homem branco
E foi um a um  meus irmãos enganando.
Deu-lhes espelhos e outros pindoricalhos
Conseguindo por fim que
Meus ignorantes antepassados
Sucumbissem a ilusão
E dos brancos se tornassem escravos.

Tudo, devagar e sempre foi acontecendo
As doenças na selva foram se instalando
Até que logo e rapidamente
As tribos foram se acabando.

Hoje somos muito poucos descendentes e
Quase ninguém nos respeita.
Chegaram a matar  um dos nossos
Na grande  “Selva de Pedra “
Queimaram-no vivo  , em Brasília
 Sequer sem ao menos  saber, se ele tinha ou não família.

Mas queiram ou não queiram
Gostem ou não
Uma alma ele tinha
Ele Galdino ( era esse seu nome )
Era o verdadeiro dono do Brasil
O legítimo dono desta terra.

Hoje catequizados , ainda temos medo sim
Só que não mais do trovão
E sim do implacável e cruel homem branco
Que nos roubou  quase tudo.
Roubou até nosso chão
Mas que nosso caráter
Por mais que tente e retente
Jamais tirará .Não !

Mariinha-19/04/2011