segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O RIO ENFURECIDO

Ele não avisou
Seu curso foi seguindo devagar
E , quando menos esperávamos
Ela – a enchente – chegou.

Raivosas , as águas do rio foram descendo
E depressa, muito depressa
O rio foi devolvendo , um a um
Cada pedaço de tora de madeira
Que os cidadãos irresponsáveis
Jogaram em sua cabeceira

Com certeza , ao ver o susto do povo
Dizia o marulhar do rio
Ao bater nas pedras em seu leito:
“ _Bem -  feito , bem – feito , bem - feito. “

E o rio tão lindo, caudaloso
Corria com muita força. Ele estava furioso.

Nem a ponte respeitou
E com toda sua força
Fez-lhe trincos relevantes
Sem qualquer lampejo de piedade
quase o firme concreto ( até então )
em suas copiosas águas levou

De suas margens , o rio foi arrancando os barrancos
Levava ele tudo o que achava
Lixo, árvores , terra
Até  algumas vidas “ceifou “ e
Não respeitava mais nada

O coqueiro muito triste
Sem terra pra seu sustento
Debruçou-se sobre o leito
E disse:- “Meu rio , quero seguir contigo
Nesta corrida veloz
Pois sinto um grande desalento “

Dito isto, debruçou-se tanto ,tanto
E  tombou  por sobre as águas
causando a quem via a  grotesca  cena
um grande e lamentável  espanto.

O povo ficou olhando
Parado , triste , emocionado
Muitos estavam chorando
e chegaram a conclusão:
-Ninguém agride a “MÃE NATURA “
E fica sem correção.

Mariinha 24/01/2011

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