terça-feira, 2 de novembro de 2010

A MUSA, EU E O TÚNEL

A musa abaixou-se
E cochichou no meu ouvido:
-Não fale de coisas fúteis
Nem tampouco deixe o leitor comovido

De que falo então ? Oriente-me por favor!
Não faça como de outras vezes
E , quando precisar se ausentar
Inteire-me , seja qual for o lugar para onde for

-Calma! Disse-me a Musa sorrindo
Não fui a lugar algum
Aconteceu que:
No seu coração
Passei um longo tempo dormindo

E você nem se apercebeu
Porque vive  “mais fora que dentro”
E, sendo que , tudo julgava em ordem
Não fez mais qualquer introspecção
Deixando em perfeito silêncio
O berço de seu coração

Mas vamos lá! Mãos à obra !
Fale em seus versos sobre
O “TÚNEL DAS DROGAS”.
Aquele túnel de entrada larga
Larga e cheia de luz...
Mas  advirta a todos que , não se iludam
pois o túnel a lugar nenhum conduz

Diga também e frise bastante que:
No meio , bem no meio
Ele é bastante apertado
E estreito, muito estreito
Com sombras e escuridão
E quem dentro dele entrar
Caso queira retornar
Vai encontrar mil obstáculos

O pé quase não mais alcançará o chão
E o adentrante irá sofrer , suar , chorar e...
Só por  Deus e com muito esforço
Do túnel poderá escapar

Mariinha-março 1998

Nenhum comentário:

Postar um comentário