sábado, 18 de junho de 2011

CARONA NAS CORES DO ARCO- ÍRIS


                        Havia um jovem que vendia “Títulos para Associações”. Havia uma história. E, essa história ficara perdida no deserto.
                        Hoje há o velho que outrora fora jovem e, cujos pensamentos se reportam ao passado onde, a areia seca, as caatingas, os cactos e cascavéis, causavam-lhe menos pavor, do que saber que “está perto do fim”.
                        Quer então fugir. Mas, para onde?
                        Encontra-se a si mesmo na própria memória.
                        Subjetividade!Eis tudo. A percepção do “EU”.
                       E o velho então se pergunta: - ”Quem sou? De onde vim? Para onde irei?
                        Com voz trêmula balbucia: _  “ Eu vi um menino correndo, eu vi o tempo...”
                         Tristemente, lembra-se com saudosismo do tempo em que era jovem e carregava uma pasta de lombada dourada, cheia de “títulos”.
                         Só que o tempo voou, o jovem se cansou. Pudera!O Caminho- “deserto da vida”- fora tão longo... Cansado caiu.
                        Caiu e adormeceu. Foi por isto que não percebeu o tempo passar.
                        Agora que acordava, percebeu com tristeza que : “já não era o mesmo“.
                        Estava velho. Mas mesmo velho, permanecia no mesmo deserto.
                        Quase sem forças,  já sentia a solidão da morte e tinha medo... ...Medo dos borrachudos silenciosos que o espreitavam a cada pôr do sol.
                        De repente, embora muito cansado, percebeu que o“ deserto da vida” se transformara numa linda e macia relva verde.
                        Sorriu. Esticou seu corpo no gramado e “dormiu“. Seu descanso será eterno.
                         Uma chuva miúda orvalhou suas rugas e SU’ALMA PEGOU CARONA NAS CORES DO ARCO-ÍRIS.

Profª: Maria Aparecida Veronezi Linardi (Mariinha)
Membro Efetivo da “Casa do Poeta de Amparo”.

Publicado em julho de 1997 no jornal: ”O ACADÊMICO”.

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