Havia um jovem que vendia “Títulos para Associações”. Havia uma história. E, essa história ficara perdida no deserto.
Hoje há o velho que outrora fora jovem e, cujos pensamentos se reportam ao passado onde, a areia seca, as caatingas, os cactos e cascavéis, causavam-lhe menos pavor, do que saber que “está perto do fim”.
Quer então fugir. Mas, para onde?
Encontra-se a si mesmo na própria memória.
Subjetividade!Eis tudo. A percepção do “EU”.
E o velho então se pergunta: - ”Quem sou? De onde vim? Para onde irei?
Com voz trêmula balbucia: _ “ Eu vi um menino correndo, eu vi o tempo...”
Tristemente, lembra-se com saudosismo do tempo em que era jovem e carregava uma pasta de lombada dourada, cheia de “títulos”.
Só que o tempo voou, o jovem se cansou. Pudera!O Caminho- “deserto da vida”- fora tão longo... Cansado caiu.
Caiu e adormeceu. Foi por isto que não percebeu o tempo passar.
Agora que acordava, percebeu com tristeza que : “já não era o mesmo“.
Estava velho. Mas mesmo velho, permanecia no mesmo deserto.
Quase sem forças, já sentia a solidão da morte e tinha medo... ...Medo dos borrachudos silenciosos que o espreitavam a cada pôr do sol.
De repente, embora muito cansado, percebeu que o“ deserto da vida” se transformara numa linda e macia relva verde.
Sorriu. Esticou seu corpo no gramado e “dormiu“. Seu descanso será eterno.
Uma chuva miúda orvalhou suas rugas e SU’ALMA PEGOU CARONA NAS CORES DO ARCO-ÍRIS.
Profª: Maria Aparecida Veronezi Linardi (Mariinha)
Membro Efetivo da “Casa do Poeta de Amparo”.
Publicado em julho de 1997 no jornal: ”O ACADÊMICO”.
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