domingo, 5 de junho de 2011

JUNHO DE ONTEM E DE HOJE




Muito frio ,cobertores sobre a cama
Umas pipocas na cozinha
E , eu me lembro com saudade
Do meu tempo de mocinha

Havia muita festança
Pau de sebo,mastro dos santos de junho
Pipoca e quentão de montão
E, perdendo-se junto  às estrelas
De repente  se via um balão.

Fósforos de vista
Das mais variadas cores
Fileiras e fileiras de pipocas
Que arranhávamos com força no chão
Para nos alegrarmos com os fracos  estalidos
Enquanto nos ares repercutia o estrondo
De um grande e possante rojão.

E as quadrilhas...
Que lindas elas eram.
Mocinhos com camisas remendadas
Buscavam meninas faceiras
Perfumadas,vestidas de chita
Cada uma mais linda que a outra
A ponto de deixar o rapaz
Sem saber com certeza a quem escolher
Para com ele dançar certinho e
Mais ou menos se envolver...

Era tão fácil ficar apaixonado
As meninas eram lindas e tinham tal candura
Que não deixavam dúvida alguma.
E em matéria de sexo disputavam só pra ver
Quem de todas era a mais pura.

Mas os tempos mudaram
(Ou fomos nós que mudamos)?
Hoje há pouca festança
Trocaram fogos indefesos por bebidas
E o pior,por drogas pesadas também
E de Santos de junho-pobrezinhos-
Deles não fala quase ninguém

Ainda há algumas barraquinhas
Quadrilhas sem graça nas escolas
De positivo ainda bem, não há mais balão.
Há a quermesse da igreja
Aproveitando o povo que acompanha a procissão

Folguedos juninos quase desapareceram
Cavalheiros também se esconderam
Há pouca festança  em junho
Pau de sebo, mastro , pipoca
Estão fora de moda  também
Quase ninguém sabe que : “paquerar” era “tirar linha”
Oh! Quanta saudade me dá, do tempo em que eu era mocinha.

Mariinha 05/06/2011





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